terça-feira, 30 de abril de 2013

Não se afogue.

Passou a viver num mundo de sonhos, perdido em seus próprios braços, de quê? De aço. Enclausurado em seu abraço eterno, perdido em seu mundo de sonhos. Não o julgue, não o queira, não o abrace. Olhe-o, encare-o, sinta-o, inveje-o, mas apenas isso. Não se aproxime, não o cheiro ou beije. Apenas observe-o, afogado em seus próprios sonhos, em sua própria euforia, euforia. Sorrisos, delicie-se com os dele, aprenda com ele a sorrir, pois com o seu sorriso, sorrirá também, mas nada mais. Não se engane, não se perca, não se esqueça, apenas um mundo de sonhos. Não fique fascinado demais e se afogue em sonhos de outrem, não se afogue.

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Y.

Se abrisse os olhos, estava ciente do que iria encontrar, então proibiu-se a abri-los e encarar o que estava parado bem a sua frente. Não gostaria de saber, sem mais desculpas ou mascaras a que se apoiar. Então, parou e apenas permaneceu com os olhos fechados, seus pensamentos davam voltas e mais voltas no mesmo raciocínio, o que já o irritava e lhe dava vontade de disparar um tiro contra o próprio crânio, para não ter a necessidade de ter mais uma vez a conclusão, a tão terrível conclusão. "Nego-me a me ouvir, nego-me a enxergar. Estarei para sempre perdido na escuridão da ignorância, enquanto isso me poupar da realidade", repetia para si, como uma natural oração que fluía, para desviar e expulsar os pensamentos, para impedir e expulsar a realidade, o temeroso, o inconsciente... A sua vida.