domingo, 28 de fevereiro de 2010

Oportunidades

Fora um dia longo. Oh, sim, fora um dia demasidamente longo.
Seu corpo inteiro estava dolorido, uma dor mais profunda do que ele poderia imaginar. Todo seu ser transpirava sentimentos tristes, culpa, raiva, solidão, insatisfação, ciúmes, sofrimento.
Culpava a si mesmo por não ter tido a coragem necessária para se expor por um momento, um simples momento em que precisava deixar o escudo cair, para salvar-se, manter-se novamente seguro dentro da barreira.
Agora encontrava-se parado junto a lareira, observando a chama, sofrendo com seus tolos pesares, nada mais adequado para um simples néscio.
A mudança havia passado, havia escapado, pôde enxergá-la no ar, como uma leve névoa, cheia de cores, esvair-se deixando suas cores no ar, azul, verde, lilás, rosa... Eram tantas cores que poderia acreditar que no fim fora apenas branca.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Enxergar

Foi numa tarde cinzenta, talvez.
Olhou para os lados e enxergou tudo, como deveriam ser, os detalhes, as cores, a luz e sombra. Era um pequeno aposento, estava iluminado pela luz que entrava pela janela, a sombra dominava o lugar, encontrava-se em frente ao espelho, poderia ver cada detalhe seu, seus olhos, boca, cabelos, pele, tudo em seus mais nítidos detalhes, era com se enxergasse pela primeira vez.
Mas era também, como se sofresse pela primeira vez. Nada lhe fazia o menor sentido, estava ali, vendo melhor do que em qualquer outro momento, mas não se encontrava realmente ali, nada estava. Perdido, essa era a unica palavra que se encaixava.
Novamente a umidade nos olhos, mas não bloqueavam sua visão. Talvez, aquele fosse o momento da sua primeira revelação, conclusão, e o que mais queria fazer, era atirar-se do primeiro precipício que aparecesse. Não valeria a pena viver com aquela conclusão horrenda e miserável, não valeria. Mas a morte, era algo que temia com tamanha intensidade que encontrava-se encurralado.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Em um momento se viu perdido, olhava para os lados e apenas o que via, eram as estradas sem fim, sem ponto de chegada.
Estava escuro, é claro que estaria, o céu não brilhava, eram, apenas nuvens...
Sabia que estava perdido, não tinha para onde ir.
No fim, apenas sentou-se no meio da tortuosa encruzilhada e esperou, não tinha para onde ir.