sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Dissipar

O tempo parou por um centésimo de segundo, uma eternidade para ela, que olhava diretamente para seus olhos e via a escuridão tomá-los, a distancia criar-se entre eles.
Nada poderia fazer, nada mais do que observar, sentir, calar-se. Ele já se encontrava fora de seu alcance, a oportunidade de reverter algo havia se feito à tempos atrás, o que restou fora somente suas lembranças do que haviam passado, e sua imagem criada para confortá-la, do que teria acontecido se tivesse tomado alguma providencia em uma ocasião antiga.
A nostalgia tomava-a, o lugar não lhe era estranho, as árvores assustadoras com seus galhos sendo levemente movidos pela brisa calma da madrugada, o céu cada vez mais claro, o azul cada vez mais pálido, as estrelas sumiam aos poucos, o cheiro de orvalho chegava-lhe ao nariz, assim como o cheiro das folhas e terra levemente úmida.
E o cheiro mais comum para ela, o dele, levemente adocicado, mas forte por conta da distância percorrida, a imagem que lhe era mais apropriada, a dele, parado em pé no campo, cabeça levemente inclinada, os cabelos moviam-se levemente, mas algo não era comum, o olhar duro que lhe lançava, toda a história em que poderiam ter participado juntos, se dissipou, ela sabia.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Ações

Não é porque você possa, que você deva...

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Gritos

Procuramos diversas vezes distorcer o que sentimos, ouvimos, falamos.
O quão intenso é o sentimento da aceitação, faz com que mudemos hábitos, pensamentos, ideologias, imaginação, ações, movimentos, e, mesmo a própria vida.
Tornamos-nos cobertos de incertezas.
A cada momento uma nova convicção, um novo padrão, encaixe-se neles ou seremos massacrados por parte de nossa própria consciência que grita incansavelmente, palavras que embaçam nossos sentidos. Ficamos ali, parados, quietos e domados, sem poder escutar outra parte de nossa mente, que repete diversas vezes, como um suspiro, que devemos seguir o que queremos realmente, a nossa necessidade, o nosso ser, encontramo-nos surdos demais, exaustos demais.
E por exaustão ou talvez tédio pela árdua luta, rendemo-nos aos gritos.