domingo, 28 de novembro de 2010

Broken

De fato, me encontro em lágrimas, que deprimente.
Arrancaram-me o coração, pisotearam-no e eu estava a assistir tudo isso.
Sou uma farsa, não possuo coragem, ou força ou impenetrabilidade.
Pediram que abrisse meu coração para dá-lo aos corvos, só pode ter sido.
Trataram-no tantas vezes como apenas um objeto deplorável, mas ainda permaneci assistindo, compactuando.
Vi tantas vezes combinarem coisas das quais jamais seria incluído, comentarem das vezes em que fui esquecido.
Mas permaneci, na chuva a observar, como o pássaro que perde suas asas e permanece parado, olhando e rezando para que elas cresçam novamente.
Sabe, elas não crescerão, não tenho mais energias ou juventude para isto, sou um pássaro velho, abandonado por mais de uma vez. Meus ossos se tornaram de vidro, fragilidade e medo tornaram-se palavras que me definem com grande sucesso.
E os momentos registrados foram sinais, sinais tão simples e elegantes que preferi ignora-los. Registrados por esse ser quebrado e inútil, onde aparecem vocês meus caros, somente vocês, o ser permaneceu por trás, sem fazer parte de coisa alguma.
Obrigada, foram os melhores tempos,mas agora gostaria de um lugar em outro planeta, para me recuperar, recomeçar. Mas não há recomeço, não haverá.
É isto, chegamos ao fim.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Amour

E estava apaixonado, tão cega e perdidamente
Que ficara impressionado com a facilidade e simplicidade com que isto ocorrera...
Seu coração latejava ardentemente, velozmente.
Seus pensamentos focavam-se apenas em seu objeto de adoração.
Acreditava intensamente na sorte e fervilhava de altruísmo.
Via-o em todos os cantos
E seu tato apenas sentia-o, nada mais.
A imagem que ficara gravada em sua memória,
A grandeza daquele ato tão simplório e
Tão evasivo resultado o deixava ainda boquiaberto.
Jamais esperara que olhar para o ser do espelho o deixaria tão atônito.