quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

His

Hoje, diferente de ontem, ele entrara calmamente pela sala.
Passado pelo corredor pequeno e estreito, mas certamente assustador, os quadros de família a encarar-lhe, como se soubessem de tudo que se passara durante a noite, de todo o infortúnio.
Entrara no seu quarto, tudo encontrava-se exatamente como havia deixado mais cedo, a cama por fazer, as roupas espalhadas pelo chão, a unica alteração, era em si, as luzes que era obrigado a acender, a luz amarelada enchia o aposento, dava um ar realmente sombrio, mas pensava que talvez fosse ele que estava com o terror em mente, e não importava onde fosse ou o que fizesse, continuaria com medo, horror, quem sabe.
Deitou-se queria apenas apagar, os remédios para dormir deveriam estar na mesinha, do lado, do lado de quê? Por favor, que conseguisse se lembrar.
Oh claro! Do lado da garrafa de whisky, poderia aliviar a tensão com os dois. Talvez, simular uma linda overdose.
Olhava vagamente para o frasco com os comprimidos e furtivamente lançava olhares ao whisky, a ideia parecia-lhe tentadora.
Maldição, nada poderia fazê-lo esquecer-se? Nada?
O sabor, o cheiro... Era tudo demasiadamente agradável, mas tão demoníaco. Talvez uma história lhe acalmasse, seu livro predileto, onde estava?
Não, esse livro não,o fazia se lembrar de sua noite, e ele não podia lembrar-se.
Exausto, exausto de mais, os comprimidos talvez fazendo efeito, sua mente estava processando devagar agora, cairia inconsciente logo. A cama lhe pareceu confortável, então veio a escuridão e ele já não era ele.

Um comentário: