segunda-feira, 7 de junho de 2010

Não sei.

Seu canto, o ar mudava, tornava-se mais denso e palpável.
Seu olhar enchia tremendamente minha mente e a fraqueza se abatia sobre mim.
Nunca pensei que tal doce aroma chegaria a me afetar, atacar, apunhalar.
Sou tão fraco quanto qualquer outro mortal agora, perderei-me em uma difusa confusão, não saberei diferenciar entre eu e o vento, água, terra, seremos todos apenas um.
Penso se o canto da morte e seu olhar causariam tamanha sensação doce na língua e ponta dos dedos.
Sou apenas humano e toda essa sensação mostrou-me isto, não sou invencível e invulnerável, sou como qualquer outro que pode afetar-se.
Queria voar mas contento-me em ficar com os pés na terra, não havia me deparado com a morte como acreditei.
A sensação continua, e não sei dizer a que fim me levará, não se é a morte arrastando-me para o inferno ou céu, apenas não sei.

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