segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Enxergar

Foi numa tarde cinzenta, talvez.
Olhou para os lados e enxergou tudo, como deveriam ser, os detalhes, as cores, a luz e sombra. Era um pequeno aposento, estava iluminado pela luz que entrava pela janela, a sombra dominava o lugar, encontrava-se em frente ao espelho, poderia ver cada detalhe seu, seus olhos, boca, cabelos, pele, tudo em seus mais nítidos detalhes, era com se enxergasse pela primeira vez.
Mas era também, como se sofresse pela primeira vez. Nada lhe fazia o menor sentido, estava ali, vendo melhor do que em qualquer outro momento, mas não se encontrava realmente ali, nada estava. Perdido, essa era a unica palavra que se encaixava.
Novamente a umidade nos olhos, mas não bloqueavam sua visão. Talvez, aquele fosse o momento da sua primeira revelação, conclusão, e o que mais queria fazer, era atirar-se do primeiro precipício que aparecesse. Não valeria a pena viver com aquela conclusão horrenda e miserável, não valeria. Mas a morte, era algo que temia com tamanha intensidade que encontrava-se encurralado.

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